“O Auto da Compadecida” faz história no Lona na Lua
Montagem de dirigida e adaptada por Zeca Novais levou quase duas mil pessoas ao local
Chegou ao fim no último final de semana a temporada da peça “O Auto da Compadecida”, do escritor nordestino Ariano Suassuna e dirigida e adaptada por Zeca Novais. Sucesso absoluto de crítica e público, a montagem concluiu o projeto “Com a Cabeça na Lua”, parceria do Lona na Lua com o Instituto Phi.
Muitos foram os motivos para considerar “O Auto” como uma das maiores montagens já produzidas no espaço. Em cena, mais de 90 crianças e adolescentes do Projeto participaram. Na banda, alunos da oficina de música se juntaram aos pais colaboradores e orquestraram a sonoplastia em todas as apresentações. Além disso, chamou a atenção a quantidade de espectadores vindos de cidades vizinhas à Rio Bonito, como Tanguá, Silva Jardim e Casimiro de Abreu. “Estou completamente emocionada. Foi a primeira vez que vim ao Lona e pude entender essa energia que tanto falam” conta Maria Aparecida, aposentada e moradora de Silva Jardim.
Nas seis noites de apresentação do “Auto”, quase duas mil pessoas passaram pelo espaço cultural. Para o fundador do Lona na Lua, Zeca Novais, as cidades próximas a Rio Bonito estão começando a entender a importância que o Projeto tem na região. “O Lona na Lua existe pra transformar as pessoas. E a população, não apenas riobonitense, já tem essa consciência. A arte vai seguir pulsando cada vez mais no interior do Rio de Janeiro”, resumiu.
A grande surpresa da montagem ficou por conta dos protagonistas do espetáculo. Diogo Brandão, de 13 anos, e Pedro Fernando, de apenas 11, encenaram os personagens Chicó e João Grilo. E se o público se encantou e se divertiu com essa dupla a cada sessão, a mãe de Pedro, a recepcionista Marcia Conceição, teve que segurar a emoção em todas. “Faço questão de estar em todos os dias, seja nos ensaios ou nas apresentações, e cada dia é um sentimento diferente. Ele (Pedro) ama teatro e eu como mãe estou super feliz e emocionada. A princípio ele faria parte da introdução. Mas aí o Zeca queria observá-lo e perguntou se eu podia ficar. Na mesma hora disse sim, porque eu apoio muito meu filho”, lembrou Maria.