Lona na Lua aproxima cidades de Rio Bonito e Silva Jardim
Atividades socioculturais da instituição integram moradores dos municípios vizinhos
A distância entre as cidades de Rio Bonito e Silva Jardim é de aproximadamente 30 quilômetros. E há quatro anos uma ponte liga um município ao outro. Mas esta ponte não é feita de ferro e concreto. É feita de trabalho, integração e muita arte e é conhecida como Lona na Lua. Desde 2014 a associação cultural e social riobonitense realiza em Silva Jardim o mesmo trabalho feito em sua sede, oferecendo a crianças e jovens de 8 a 18 anos oficinas de teatro, circo, dança, música e, mais recentemente, escrita criativa e cenário e figurino. E a cada dia que passa, o intercâmbio de loneiros, pais e professores das duas cidades ganha mais força.
Um desses exemplos é Jwann Ferreira, de 16 anos, que frequenta as oficinas de música e circo em Silva Jardim, mas que também vai à sede em Rio Bonito treinar movimentos circenses. “O Lona hoje é o lugar onde passo a maior parte do tempo. E quando vou a Rio Bonito me sinto em casa. É um lugar incrível!”. Já a loneira Thalita Rocha, de 11 anos, foi convidada nas férias a acompanhar uma das oficinas em Silva Jardim. A interação com os alunos foi tanta que ela aproveitou para auxiliar o professor na aula.“É a oportunidade que tenho de passar tudo o que já aprendi. Fico muito feliz e realizada em ajudar as pessoas e fui muito bem acolhida lá”. Oficineira de teatro em ambos os municípios, Gabriele Rangel conta como é a experiência de dar aulas para quase 100 alunos. “Foi um desafio enorme para mim como professora. Cada criança tem um jeitinho único, mas quando são de lugares diferentes entra outras características como a cultura local e nós precisamos entender isso para exercer nosso trabalho melhor”, afirma.
A única diferença do trabalho realizado é o local onde as atividades acontecem. Enquanto em Rio Bonito há a estrutura da lona, em Silva Jardim as oficinas ocorrem no Teatro Municipal Zezé Macedo. Mas a expectativa é que, em breve, a segunda sede do Lona na Lua seja construída em Silva Jardim, como parte do processo de crescimento da instituição. E para isso, a associação sociocultural conta com um importante aliado: o Prefeito da cidade Anderson Alexandre, entusiasta do projeto. “Estamos conversando e queremos concretizar isso o quanto antes. Silva Jardim merece uma sede para o Lona na Lua, principalmente porque eu conheço o resultado que esse trabalho causa. No primeiro ano do projeto aqui, eu estive presente no primeiro dia de aula e no último dia, com a apresentação do espetáculo final. A diferença era enorme, chego a me arrepiar. Vi crianças que não falavam nada subir ao palco e dar um show. E isso é muito gratificante”, contou Anderson.
A ideia de uma Lona em Silva Jardim é uma unanimidade. O fundador do Lona na Lua, Zeca Novais, diz que trabalha dia e noite por isso. “Eu sempre fui muito bem recebido em Silva Jardim, por toda a equipe da Secretaria Municipal de Trabalho, Habitação e Promoção Social e sinto que precisamos expandir esse projeto. E isso passa pela instalação de uma Lona. Já oferecemos tudo em termos de equipamento, condições de aula, lanche e profissionais. Mas ter a nossa casa será fantástico. Tenho certeza que é uma ideia bem recebida por todos e estamos lutando para colocá-la em prática”, anima-se o diretor da instituição. E não é difícil confirmar a tese de Zeca. Quando perguntada sobre a possibilidade do Lona na Lua ter uma sede própria, Ciça Rocha, mãe da Loneira Beatriz Rocha, acredita que seria benéfico não apenas para quem participa das atividades, como para toda a cidade. “Conheço o espaço em Rio Bonito, já fui assistir algumas peças de teatro. O Lona na Lua é um conjunto de cultura, lazer e escola de artes. O que nós pais pudermos fazer pra realizar isso, estaremos aqui”.